SINOPSE A GRANDE FAMÍLIA CARNAVAL 2024 - “Kianumaka-Manã – a Protetora da Floresta”
- Nayra Cezari
- 18 de set. de 2023
- 4 min de leitura

Apresentação
No carnaval de 2024 a comunidade da Zona Leste soltará o canto do coração da floresta, entre o verdejante manto da natureza e os segredos dos animais selvagens, para preservar a fauna, a flora e os povos nativos.
O Galo cantará anunciando um novo alvorecer. E convidará todos a embarcar na lenda da Deusa Onça, que abençoa a batalha indígena contra a exploração ilegal da mata e leva consigo a força das onças pintadas. Com o enredo “Kianumaka-Manã – a Protetora da Floresta”, erguemos nossa bandeira e damos início a mais um desfile no Grupo Especial.
Há diversas versões indígenas sobre a batalha pela proteção ambiental. A história milenar de Kianumaka-manã é o ponto de partida para uma jornada fascinante pela riqueza e diversidade da fauna e flora brasileira. Através dos tambores, cores e ritmos, a nossa escola de samba se une em uma grande homenagem à sabedoria ancestral e a importância de batalhar pela preservação do meio ambiente.
A Proposta é apresentar todos os envolvidos em prol da preservação personificados na figura de Kianumaka-manã, abordando a luta pela causa ambiental. É um grito de socorro nesse mundo assolado pela destruição e exploração da floresta.
Sinopse do Enredo
O esperançar da floresta refletida no semblante do indígena, do ribeirinho, do caboclo...
A urgência de repensar a Amazônia a partir de nós que nela habitamos...
É o grito de ousadia que se faz presente porque somos resistência.
A floresta é a bola da vez! Nesse carnaval!?
Essa floresta que desperta a ambição,
Que extrai riqueza que não vemos,
Mas que nos envaidece pela grandiosidade,
Pelo manto verdejante que se perde de vista.
És esconderijo de lendas e mitos,
De animais e plantas misteriosas...
Meu grito é libertador:
Sou Kianumaka-Manã,
A protetora da fauna, flora e povos desse chão.
O ser humano sempre imaginou que a proteção vem do além e por isso mitos e lendas foram se moldando a muitas personificações. O delírio é certo, a fabulação também, por transformar a realidade em algo extraordinário. Assim, relatos simplórios se tornaram histórias de empoderamento dos seres imaginários. E o indígena fascinado pelo poder de inventar, criou personagens que vigiam a floresta e os protegem dos seres ruins. É nesse clima inventivo e imaginador que o G.R.C.E.S. A Grande Família lhe convida a apreciar este enredo, que apresentará as protetoras da floresta metaforizadas na lendária Kianumaka-Manã.
Deusa da liberdade, possuidora de um espírito livre, dona de si. Líder nata. Assim é a milenar Kianumaka-Manã, guerreira que carrega consigo a força da onça pintada. Onça verdadeira, jaguaretê, acanguçu, canguçu, jaguarapinima ou apenas pintada; não importa, pois é sempre sinônimo de poder. Guerreira mulher, essência de muitas outras mulheres, humanas, encantadas ou lendárias. Kianumaka-manã também abençoa as batalhas indígenas, nas caças e na lida diária. É a Deusa Onça, Onça Cabocla ou Mulher Onça a proteger os nativos da ambição que os “engole” a cada caça predatória, a cada garimpo aberto, a cada direito negado.
A Amazônia sempre foi objeto de cobiça. Nossa floresta, nossa hileia, nossa mata... Deslumbrante, exótica, misteriosa. Dela surgiram contos e lendas que se cristalizaram no imaginário do caboclo. A Boitatá expelindo chamas contra o destruidor é o espelho da Grande Protetora, a guardiã do labirinto verde. Espírito de animal feroz, com poderes sobrenaturais Kianumaka-Manã é símbolo de vida e força. É graciosa, mas valente. És Sol, és Lua... Para quem vive na mata, a realeza da floresta.
Representação de Kianumaka-Manã, por Bianca Duarte | Brasil Fantástico
Rompendo os limites da fantasia, nos entregaremos a esse imaginário, para juntos ouvirmos as vozes que vem da mata. Essa mata que é parte de nós, é viva. É luz e sabedoria. É encantaria. Nesse reino dos encantados a essência de Kianumaka-manã se faz presente. A rapidez de Jurema, a esperteza de Jandira, a raridade de Inaíra e a suavidade de Iracema
transformam a força espiritual em proteção. É poesia, canto e dança no ar e nas águas. É o rufar dos tambores, é festa, luz e encantamento.
Nossas estradas da vida, nossos grandes rios lacrimejam ao arder do sol ou ao luar. São lembranças das guerreiras indomáveis, das Amazonas que lutaram por estas margens sem fim, para guardar os segredos da floresta e de sua gente. Era o início da luta contra a
devastação da vida.
É ritual! No coração da floresta o samba exalta a magnitude verdejante e a brasilidade de um povo. Ao som da bateria Puro Sentimento nosso canto vai eternizar. E Kianumaka-Manã romperá o anoitecer e pontará a flecha para a eternidade. É a esperança cabocla. É a esperança por dias melhores, com céu limpo, sem fumaça das queimadas que devastam nossos corações. É a esperança de povos indígenas livres do “saber” do homem branco, que buscam riquezas em suas terras, ferindo a floresta com garimpos ilegais. É a esperança pelo fim da caça predatória que desequilibra o ecossistema e faz mudar o cenário deslumbrante desse eldorado verde.
Assim, o pavilhão vermelho e branco do São José, encantado com o poder milenar de Kianumaka-Manã e inspirado pelo poder inventivo e criativo do nativo, celebra o Carnaval de 2024 a todas que se prontificam a lutar pela preservação da floresta e dos povos que vivem nela, missionárias ou anônimas, engenheiras florestais, biólogas e ecólogas. Todas em uma só voz, guiadas por Kianumaka-manã, cantaremos em defesa da preservação e em respeito às nações que vivem na floresta.
Presidente
Cleildo Barroso (Caçula)
Vice-Presidente
Jorge Granjeiro
Comissão de Carnaval
Fabiano Fayal
Jorge Granjeiro
Leon Medeiros
Autores do Enredo
Eduardo Andrade
Raríson Alves
Textos
Jorge Granjeiro
Concepção, Desenvolvimento
da Arte Digital e Projeto Gráfico
Raríson Alves
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